quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Demystifying the classics - Cocktails & Rum - The Tops Part 2

Desmistificando os clássicos

Rum e coquetéis - Os "Tops" - Parte 2

Com o fim de semana se aproximando, vem a vontade de se fazer programas mais alternativos, buscando novas formas de comer ou beber bem. Assim, nesta segunda parte deste especial de minha pesquisa, irei mostrar um produto diretamente forjado a partir do conceito de boa receptividade, criado a mais de 40 anos e que fomenta a viagem de inúmeros grupos (Principalmente casais) as paradisíacas ilhas do pacífico. O Mai Tai.



Todos já sabemos que o Mai tai é um verdadeiro clássico, se tratando de drinks tropicais, do receituário de 1944 do Trader Vic´s (Uma tikki house ainda em funcionamento com 75 anos), que inspirado na temática "tahitiana", apresenta-se ate hoje como seu cargo chefe (Seu nome na língua local traduz " algo fora deste mundo").

E não é de se estranhar que o seja, já que um de seus ingredientes principais, a amêndoa doce ( Matéria prima do orgeat), não é original daquela região, vindo a ser conhecida pela cultura local apenas através do comércio e culinária estrangeiros ao longo dos anos, após sua colonização.

Porem, vamos falar do hoje, tendo como principal abordagem toda a cultura etílica assimilada em mais de 50 anos deste coquetel e que por aqui é totalmente esquecido e deixado de lado para releituras sem nenhuma garantia por parte das casa em se fazer bem feito, o que é uma pena não acham?! 

Então que tal começarmos?!

Vale lembrar que na mixologia moderna vemos potencial em tudo, sempre tirando base dos clássicos, pois são eles que definem nossas linha de trabalho hoje para elaborarmos propostas diferenciadas amanhã

O rum Martiniquês 

Poucos conhecem este rum aqui no Brasil, mas ele de todos em minha pesquisa, foi o que mais se pareceu com nossa cachaça, devido as fortes notas de cana em destaque (A produção se assemelha muito as das cachaças artesanais devido a controle de colheita e metodologia de aplicação do sub produto da cana em sua fabricação), diferente do caramelo/ melaço e baunilha com as notas frutadas dos rums de regiões próximas.






Saber estas informações garantem uma arma de muito potencial para se aplicar em seu bar e não satisfeito, ainda existe o segundo rum a se aplicar, este em flowtop, que ja tem características mais secas, sendo o Jamaicano anejo escuro o mais garantido para este resultado!


OBS Importântes
Não deixando de mencionar os nacionais de combate, o Bacardi vem a frente por ser o que tem o único rum escuro de nosso mercado e o Montilla ouro (O mais escuro de sua linha de 3) que não se pode ser considerado, devido a não se encaixar ao perfil do coquetel, lembrando também que existe o importado Havana club, hoje á preço mais acessivel, que garante resultado tão bom quanto o rum jamaicano escuro, com seu Havana club anejo 7 anos.


O orgeat, os insumos e o gelo

Com os rums definidos, vamos aos insumos, começando pelo Orgeat, facilmente adquiridos em xaropes aqui no Brasil através da Flavors, ou os licores importados, mais caros e de difcil acesso (Recomendo tambem entender o processo do orgeat e fazer uma versão sua, como ja faço em casa, criando assim uma assinatura propria, respeitando os padrões da receita).



Os outros insumos se dividem a partir do momento em que versão a receita é trabalhada. Aqui sigo a original, caracterizando um limão fresco e de tamanho pequeno, devido a sua conscentração de sabor e o xarope de açúcar, feito por mim, de maneira padrão (O famoso 2/1)

Finalizando com o gelo, fico feliz em aplicar o triturado novamente, para favorecer ainda mais o visual do flowtop, garantindo o visual final e a conquista do cliente!

O tempo

Este drink, faço tranquilamente em 1 minuto e meio, destacando principalmente o bom bate papo, em meio a confecção, sobre a proposta "tikki" que este coquetel levanta a bandeira a mais de 50 anos!


Observações finais

Ao tomar o Mai tai, temos a impressão que todo aquele papo de espirualidade muito discernido pelas ilhas do pacifico, adentram em nossos corações com imensa paz de espirito e desejo de confraternização. O que para mim ja engrandece demais este classico e garante minha escolha em sempre fazê-lo respeitando suas caracteristicas, oferecendo assim a hospitalidade do pacifico para seu desfrute garantido!




Um trilha sonora boa pra se fazer um mai tai sem duvida é ao som de bandas tradicionais de ilhas como Samoa, Havai, Bora Bora, Tahiti e Polinésia francesa. Um musico local que curti bastante em minha pesquisa foi Angelo Ariitai - "Maramarama Hia"

Agradeço então mais uma vez o interesse dos colegas e amigos e como de praste, segue duas versões do mai tai (Tradicional e americana)

Havendo duvidas fiquem a vontade em comentar ou me mandar e-mail.

Abraços e drinks



Mai tai (Receita tradicional)




Highball / Cocktail batido 
Rum Martiniquês                ------ 6 cl
Sumo de limão fresco        ------ 3 cl
Xarope de Orgeat               ------ 1,5 cl
Xarope de açucar               ------ 1,5 cl
Rum escuro anejo              ------- Flowtop



Coloque todos os ingredientes na coqueteleira com bastante gelo, resguardando apenas o rum escuro anejo para o final. Bata bem e aplique em um copo longo com bastante gelo triturado. Após acrescente com uma bailarina o flowtop (A colher bem centrada no topo do copo, com o rum sendo aplicado em cima da mesma de uma maneira bem delicada, criando assim uma faixa escuro sobre o coquetel).
Guarnecer com canudo, duas meia luas de limão e uma cereja no canto do copo
Servir em seguida!

Clássico como deve ser, se mostra bem atualizado quando bem feito, com enorme destaque ao bufê e harmonização de sabor, mesmo com a aplicação de dois rums distintos!



Mai tai (Receita Americana)


Highball ou copo baixo / Cocktail batido 
Rum Martiniquês                ------ 3 cl
Sumo de limão fresco        ------ 3 cl
Sumo de laranja fresco      ------1,5 cl
Xarope de Orgeat               ----- 1,5 cl
Xarope de açucar               ----- 1,5 cl
Triple sec                            ----- Dash
Rum escuro anejo              ------- Flowtop



Coloque todos os ingredientes na coqueteleira com bastante gelo, resguardando apenas o rum escuro anejo para o final. Bata bem e aplique em um copo longo com bastante gelo triturado. Após acrescente com uma bailarina o flowtop (A colher bem centrada no topo do copo, com o rum sendo aplicado em cima da mesma de uma maneira bem delicada, criando assim uma faixa escuro sobre o coquetel).

Guarnecer com meia limão e uma cereja no canto do copo
Servir em seguida!

Bem mais suave que o original (Doce para alguns), se mostra acessivel e de excelente potencial, novamente destacando seu buquê.




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